Os comandos SQL são essenciais para quem trabalha com banco de dados (BDs). Dominar esses comandos é o segredo para realizar consultas, inserir ou atualizar informações e solucionar problemas de forma prática no dia a dia.
Mas você sabe quais são os principais comandos e como aplicá-los?
Neste artigo, vamos explorar as categorias de comandos SQL, explicando suas diferenças e apresentando exemplos práticos para facilitar o entendimento.
Com esse conhecimento, você estará mais preparado para lidar com tarefas desafiadoras no gerenciamento de BDs.
Boa leitura!
O que você vai ver hoje?
O que são comandos SQL?
Comandos SQL são instruções utilizadas para gerenciar e manipular dados em bancos de dados relacionais.
A sigla SQL significa “Structured Query Language”, ou “Linguagem de Consulta Estruturada” em português.
Esses comandos permitem executar operações como consultar, inserir, atualizar e excluir informações em sistemas como MySQL, PostgreSQL, Oracle e SQL Server.
Embora seja uma linguagem padrão, cada Sistema Gerenciador de Banco de Dados (SGBD) possui particularidades.
O SQL é amplamente usado por diversos profissionais, como analistas de dados e usuários de Excel, facilitando a extração e análise de dados sem necessidade de um profundo conhecimento em programação.
Saiba mais:
Quais são os 16 principais comandos SQL?
Podemos dividir os comandos SQL em grupos: DDL, DQL, DML, DCL e TCL.
Os DDL (Data Definition Language) são estruturais. Eles servem para definir aspectos da estrutura do banco de dados, como criar tabelas, excluir tabelas, alterar tabelas e mais. São mais focados em um aspecto amplo, e menos nos dados necessariamente.
Os comandos DQL (Data Query Language) são mais focados na consulta. Ou seja, eles servem para recuperar dados e fazer a leitura ou manipulação deles. Indica onde está o dado que se quer gerenciar em um dado momento.
Depois da consulta, você pode ter os comandos DML (Data Manipulation Language), que são específicos para manipulação direta.
Os DML servem para inserir dados, atualizar e modificar, bem como excluir dados da tabela. São ações que mudam diretamente os dados, em vez de alterar a estrutura (como os DDL).
Os DCL (Data Control Language) são importantíssimos em um contexto de maior ênfase na segurança: são voltados para controle de acesso e autorização/permissão a uso e visualização dos dados.
Além disso, eles controlam os privilégios de acesso e fazem a revogação de direitos também.
Por fim, entre as categorias, temos o TCL/DTL (Data Transaction Language). São comandos para transação de dados.
Para simplificar, você pode assistir o nosso conteúdo no vídeo abaixo sobre esse tema!
Para receber por e-mail o(s) arquivo(s) utilizados no vídeo, preencha:
Agora, vamos a uma lista com os principais comandos SQL, incluindo exemplos práticos para facilitar o entendimento.
1. CREATE DATABASE
O primeiro comando é o CREATE DATABASE (Criação de Banco de Dados), que serve para criar um banco de dados, que é onde vamos armazenar tabelas.
Ele faz parte da categoria DDL (Data Definition Language), sendo o primeiro passo para começar a estruturação de um banco.
Com ele, você define o espaço onde serão armazenadas as tabelas e outros elementos. Por exemplo:
CREATE DATABASE hashtag_treinamentos;Esse código cria um banco de dados chamado “meu_banco”. Após isso, é possível seguir para a criação de tabelas e a inserção de dados.
2. USE
Após criar um banco de dados, o próximo passo é selecioná-lo para trabalhar. O comando USE permite escolher qual banco de dados será utilizado no momento. Assim, você define o contexto para os comandos seguintes. Exemplo:
USE hashtag;Com esse comando, o SQL identifica que todas as operações seguintes, como criação de tabelas ou consultas, serão executadas dentro do banco de dados “meu_banco”. Esse é um comando DDL essencial para começar a manipulação dos dados.
3. CREATE TABLE
Com o banco de dados selecionado, o próximo passo é criar tabelas. O comando CREATE TABLE permite definir uma nova tabela com suas colunas e tipos de dados. Por exemplo:
CREATE TABLE clientes (
id INT PRIMARY KEY,
nome VARCHAR(100),
email VARCHAR(100),
data_nascimento DATE
);Neste exemplo, uma tabela chamada “clientes” é criada com quatro colunas: id, nome, email e data_nascimento. O id é definido como chave primária (PRIMARY KEY), que serve para identificar cada registro de forma única.
O CREATE TABLE é um comando DDL. Pode ser usado depois do CREATE DATABASE, uma vez que já temos o banco de dados estabelecido.
O CREATE TABLE já deve indicar na criação as colunas da tabela e os tipos de dados que serão inseridos. Também ajuda a configurar a questão da chave-primária, aquele elemento que permite a interligação entre tabelas.
Veja também: Como importar e exportar bancos de dados no MYSQL
4. INSERT INTO
Caso você não tenha informações na sua tabela e queira adicioná-las basta utilizar o comando INSERT INTO, que é o comando para adicionar dados na tabela com SQL.
INSERT INTO clientes (id, nome, email, data_nascimento)
VALUES (1, 'João Silva', '[email protected]', '1990-05-12');O INSERT INTO é um comando DML, ou seja, voltado para gerenciar e manipular dados específicos dentro das tabelas.
Por isso, a cláusula INTO deve especificar de qual tabela estamos falando. É preciso especificar também os campos da tabela que receberão os valores novos.
5. SELECT FROM
O SELECT FROM é um exemplo perfeito de DQL, ou comando para consulta de dados. Ele deve ser acompanhado de uma indicação específica do local onde o dado será consultado (o FROM).
O SELECT é um dos comandos SQL mais importantes e mais versáteis quando se trabalha com SQL. Pode ser usado em casos de leituras simples, como também se adapta a processos mais complexos. Tudo depende da demanda.
SELECT * FROM Vendas WHERE Estado = 'RJ';Então com esse código você vai poder selecionar as colunas específicas ou todas (com o *) de uma tabela.
6. ORDER BY
Mais um DML (manipulação). A função do ORDER BY é simplesmente ordenar os dados de acordo com alguma lógica, algum critério específico, como por exemplo em ordem crescente (ASC) ou decrescente (DESC).
Esse comando vai te ajudar a ordenar as informações dentro de uma coluna para que fique mais fácil a visualização.
SELECT nome, data_nascimento FROM clientes
ORDER BY data_nascimento DESC;É usado dentro de um comando SELECT, especificando qual vai ser o elemento de referência para a ordenação.
7. WHERE
A cláusula WHERE é usada em casos de consulta para ajudar a especificar os dados que serão consultados e manipulados.
Ele serve para filtrar dados em uma tabela.
Com o filtro você facilita a visualização dos dados, mostrando apenas as informações que precisa ver.
SELECT * FROM Vendas
WHERE Estado = 'RJ';É importante usar esse elemento para definir exatamente qual dado será usado para alteração, bem como a linha.
Quando ocorre a situação em que as pessoas esquecem o WHERE, há um risco grande de fazer uma alteração global, ou seja, em todas as linhas da tabela, o que gera uma grande confusão.
8. UPDATE
O comando UPDATE é um clássico exemplo de DML, utilizado para modificar registros em uma tabela existente. Ele permite atualizar valores específicos de uma ou mais colunas, baseado em uma condição definida pelo usuário.
Por exemplo, se uma pessoa indica uma informação no formulário e depois solicita mudança, o programador do banco de dados vai naquela linha e naquela coluna e realiza a alteração com o UPDATE. Veja o exemplo:
UPDATE Vendas
SET Valor = 200
WHERE Curso = 'Excel Avançado';Neste caso, todos os registros na tabela Vendas onde o curso é ‘Excel Avançado’ terão o valor atualizado para 200.
9. DELETE FROM
O DELETE FROM também é um DML que precisa de muito cuidado para ser usado. Ele exclui dados de acordo com um critério definido ou então um dado em específico.
Diferente do TRUNCATE (que veremos a seguir), ele permite deletar apenas linhas que atendam a uma condição definida.
Por exemplo, se você deseja excluir todas as vendas feitas em um estado específico:
DELETE FROM Vendas
WHERE Estado = 'SP';Neste exemplo, todos os registros da tabela Vendas onde o estado é ‘SP’ serão removidos. Nesse caso, é importante usar o WHERE para evitar excluir todos os dados da tabela.
10. TRUNCATE TABLE
O comando TRUNCATE TABLE é utilizado para excluir todos os registros de uma tabela, mas mantendo sua estrutura intacta. É uma forma rápida de limpar a tabela, pois não realiza operações linha a linha. Por exemplo:
TRUNCATE TABLE Vendas;Aqui, todos os registros da tabela Vendas são apagados, mas as colunas e definições da tabela permanecem.
É ideal para situações onde você precisa reiniciar a tabela sem deletá-la completamente.
Evidentemente, deve ser usado em casos muito específicos, quando realmente se tem certeza da necessidade de exclusão da tabela.
11. ALTER TABLE
O comando ALTER TABLE pertence à categoria DDL e é utilizado para modificar a estrutura de uma tabela existente, permitindo adicionar, modificar ou excluir colunas. Por exemplo, se você deseja adicionar uma coluna de “Data de Nascimento” à tabela Clientes:
ALTER TABLE Clientes
ADD Data_Nascimento DATE;Com esse comando, a tabela Clientes passa a incluir a nova coluna. Você também pode usá-lo para renomear colunas ou alterar tipos de dados.
12. DROP TABLE
Classificado como DDL, o comando DROP TABLE é usado para deletar uma tabela inteira do banco de dados, incluindo todos os seus registros e estrutura.
Ao contrário do TRUNCATE, que limpa os dados, o DROP remove a tabela completamente. Por exemplo:
DROP TABLE Vendas;Após a execução, a tabela Vendas será excluída permanentemente, não podendo ser recuperada. Portanto, utilize este comando com cuidado para evitar a perda de dados importantes.
13. GROUP BY
O comando GROUP BY faz parte da DQL, uma vez que é utilizado para organizar registros em uma consulta SQL, baseado em valores comuns em uma ou mais colunas. Normalmente, é usado com funções agregadas como COUNT, SUM e AVG. Por exemplo, para agrupar o total de vendas por estado:
SELECT Estado, COUNT(*) AS Total_Vendas
FROM Vendas
GROUP BY Estado;Neste caso, a consulta retorna o número total de vendas para cada estado presente na tabela Vendas. O GROUP BY é essencial para análises que exigem agregação de dados.
14. HAVING
O comando HAVING é utilizado junto com o GROUP BY para filtrar grupos de resultados com base em uma condição específica. Também faz parte da DQL.
É similar ao WHERE, mas é aplicado após o agrupamento. Por exemplo, para listar apenas estados com mais de 50 vendas:
SELECT Estado, COUNT(*) AS Total_Vendas
FROM Vendas
GROUP BY Estado
HAVING COUNT(*) > 50;Aqui, apenas os estados que têm mais de 50 vendas serão exibidos. O HAVING é ideal para aplicar filtros após uma agregação.
15. SELECT DISTINCT
O comando SELECT DISTINCT, da categoria DQL, é usado para retornar registros únicos, eliminando duplicatas de uma coluna ou conjunto de colunas em uma consulta SQL.
Por exemplo, se você quer listar todos os estados únicos onde ocorreram vendas:
SELECT DISTINCT Estado
FROM Vendas;Essa consulta retorna uma lista de estados sem duplicações, mostrando cada estado apenas uma vez. O DISTINCT é útil para identificar valores exclusivos em grandes conjuntos de dados.
16. JOIN
Para finalizar, o comando JOIN é um DQL usado para combinar registros de duas ou mais tabelas com base em uma coluna comum. Existem vários tipos de JOIN, como INNER JOIN, LEFT JOIN e RIGHT JOIN.
Por exemplo, para obter uma lista de vendas com detalhes dos clientes:
SELECT Vendas.Curso, Clientes.Nome
FROM Vendas
INNER JOIN Clientes ON Vendas.Cliente_ID = Clientes.ID;Neste exemplo, a consulta retorna o nome do cliente e o curso comprado, unindo dados das tabelas Vendas e Clientes pela chave Cliente_ID. O JOIN é essencial para análises que dependem de múltiplas tabelas.
Leia também:
- Join SQL: o que é, tipos e como usar (guia para iniciantes)
- Trigger no SQL: para que serve e como funciona?
Como usar os comandos SQL?
Para utilizar os comandos SQL corretamente, é importante seguir um fluxo básico que começa na criação do banco de dados e segue até a manipulação de dados. Confira as principais etapas:
- Crie um banco de dados: use o comando CREATE DATABASE nome_do_banco para iniciar o seu projeto.
- Crie uma tabela: utilize o comando CREATE TABLE para definir a estrutura das tabelas.
- Insira ou consulte os dados: use INSERT INTO para adicionar registros e SELECT para fazer consultas.
- Atualize ou exclua os dados: utilize UPDATE para modificar registros e DELETE para removê-los de forma segura.
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Conclusão
Neste conteúdo você conferiu 16 comandos em SQL essenciais para conseguir dar seus primeiros passos dentro do SQL.
Você pode ir testando esses comandos para fixar melhor o que aprendeu e até utilizar em alguma base de testes!
Essa parte de treino é muito importante, pois além de fixar melhor o que aprendeu, você vai conseguir visualizar dentro do programa qual o comportamento de cada comando e até mesmo visualizar algum erro, se acontecer, para então corrigir.
Lembrando que é muito comum erros por digitação. Então verifique sempre se a escrita está correta! Gostou das dicas? Aproveite para conferir outros conteúdos relacionados em nosso blog! Também acesse nosso canal do YouTube para assistir vídeos e tutoriais completos!
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